sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Viver Relações Significativas



Ultimamente tenho refletido sobre a importância dos relacionamentos em nossas vidas. Não é à toa o que eu estou pensando, haja vista que talvez 90% das pessoas que passam por nós quando escolhemos o caminho da Clínica com Psicologia ou Terapias estão direta ou indiretamente trabalhando questões ligadas aos seus relacionamentos.

Acredito verdadeiramente que viver relacionamentos humanos mais vivos e mais significativos seja possível. Acredito que a Terapia realmente oferece inúmeros caminhos para, na medida em que vamos nos aprofundando em nosso desenvolvimento pessoal, aprofundarmo-nos nos nossos relacionamentos. Quanto mais somos verdadeiros e transparentes com nós mesmos, mas o somos com os outros. Quanto mais aprendemos a nos amar, a amar e reconhecer nosso Verdadeiro Ser, nossa essência amorosa, mais vamos encontrando pessoas, situações e relações significativas. O mundo exterior é sempre um espelho do mundo interior.

A grande jornada interior de autoconhecimento nos ensina que somos parentes de todo o universo. Nosso Verdadeiro Ser, ou nossa essência, é uma dimensão profunda em nós que está além de nosso ego, e só pode ser descoberta e vivenciada a partir de um processo interior de autoexploração, o qual pode acontecer com a arte, com os ensinos da sabedoria perene e de todos os mestres que passaram pela Terra, com a religiosidade viva e verdadeira ou com processos terapêuticos, jornadas de autoconhecimento. Nosso papel como facilitadores, psicólogos, terapeutas é, além de estar sempre caminhando neste processo de descoberta interior, possuir a capacidade de guiar as pessoas por estes desconhecidos caminhos nas abissais profundezas humanas.

Para aprendermos a viver relações significativas, primeiro devemos iniciar um processo profundo e sincero de relacionamento conosco mesmos. Explorar a escuridão interior, limpar as feridas até descobrir a dimensão mais profunda do Ser em nós, criativa, amorosa, espiritual e cósmica. A jornada tem apenas inicio, não há final, pois ao aprendermos a nos relacionar com o Ser, percebemos a Ele como sempre um Outro, um desconhecido se revelando continuamente, se recriando, se expressando criativamente, criando símbolos, vivendo novas experiências como uma criança a sempre desbravar um mundo encantado.

Ao encontrarmos o Outro em nós, encontramos o Outro também no outro. Ao aprendermos, aos poucos, a nos relacionar conosco, ampliando nossa consciência de nosso cosmos interior, vamos aprendendo a nos relacionar com as pessoas, e cabe a cada um em seu processo escolher o quanto quer viver relacionamentos significativos e amorosos, o quanto quer investir nesta jornada de autoexploração interior. Gosto da ideia de viver uma vida com fervor, com devoção, de fazer com que cada um de nossos relacionamentos se torne sacramentado, sacralizado, sagrado, na medida em que vemos o ser divino que em cada pessoa habita, mesmo estando este mais adormecido ou mais desperto. 

Cada pessoa é um espelho, e nossas relações são um espelho de nós mesmos. Cada situação é um professor. Quanto mais avançamos na nossa jornada de individuação, de nos tornar nós mesmos, mais aprendemos a interdependência de tudo com tudo, de que eu sou conectado a todas as coisas, de que eu sou todo o universo. Nós não nascemos humanos, nós nos tornamos humanos; e nossa humanidade está justamente em aprendermos o caminho do relacionar consciente, viver o amor e a conexão amorosa, viver relacionamentos de crescimento, relações significativas e de qualidade com o maior número de pessoas que nos seja possível. Fazer triunfar o amor, fazer florescer o amor. Love is all we need!


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