quinta-feira, 26 de julho de 2012



DIÁLOGO ENTRE A PSICOLOGIA E A ESPIRITUALIDADE - PARTE 03
EMERGÊNCIA ESPIRITUAL

A expressão “emergência espiritual” foi cunhada por Christina e Stanislav Grof a partir de um jogo de palavras que têm por significado ao mesmo tempo crise e oportunidade, como no ideograma chinês, sendo que a compreensão aqui apontada faz referência à possibilidade de emergir, que Grof considera como elevação a um nível superior de funcionamento psicológico e de consciência espiritual. Acerca das crises espirituais, podemos citar diretamente Grof:
“Das crises psicoespirituais das quais se permite seguir seu curso natural podem resultar benefícios como melhor saúde psicossomática, maior prazer de viver, uma estratégia de vida mais recompensadora e uma ampliada visão de mundo que inclui a dimensão espiritual de existência. (...) Não é exagero dizer que a conclusão e a integração bem-sucedidas das crises espirituais podem levar o individuo a um nível superior de evolução da consciência.” (Grof, 2000, p.142).
Como exemplo de crises psicoespirituais, podemos citar as crises xamanísticas, onde há uma dolorosa iniciação que passa pela morte, ascensão a regiões celestes e o retorno enquanto xamã noviço; temos as experiências com vidas passadas, como memórias de encarnações anteriores; há as experiências de quase-morte, em que há experiências como a revisão da própria vida, às vezes há passagens por um túnel, o encontro com entidades queridas desencarnadas e com guias espirituais, etc.; experiências com seres extraterrestres, renovações psicológicas através do retorno ao centro, dentre outras possibilidades vivenciais.
A crise psicoespiritual pode ser disparada por diversos meios, como a exaustão física, uma experiência emocional traumática, experiências com substancias psicodélicas ou até em uma sessão de psicoterapia experiencial.
É muito importante, ainda, não cair no erro de patologizar estudos místicos ou glorificar estados psicóticos, o que nos faz atentar para o importante diagnóstico diferencial entre psicose e emergência espiritual. Podemos ter como ponto de partida um bom exame médico, que procure desequilíbrios de natureza orgânica que necessitem tratamento médico. Depois, um indicador importante é a atitude pessoal, sendo necessário à pessoa que vivencia uma situação de emergência espiritual o reconhecimento de que se trata de um processo interno, psíquico. Outro ótimo indicador é a articulação que a pessoa tem em relação à experiência, apresentando os conteúdos mais extraordinários de modo coerente e significativo.
Para o tratamento em uma situação de emergência espiritual devemos primeiramente reconhecer que esses estudos não são patológicos, mas sim resultados da dinâmica do psiquismo e, portanto, dotados de potenciais de cura e de transformação. Neste processo, inclusive, poderemos ter de enfrentar a morte e o renascimento espiritual, que, consoante cada cliente, pode dar-se através de um processo mais ativo ou mais resistente, mas é sempre fundamental a promoção de espaços e de pessoas capacitadas para ajudar no tratamento das crises espirituais e, neste sentido, a psicologia transpessoal pode fornecer uma base teórica para esse tipo de psicoterapia, com raízes numa perspectiva que vislumbre, legitime e acolha a espiritualidade.



CONCLUSÕES MAIS SIGNIFICATIVAS

Estudar temáticas como os estados ampliados de consciência, a emergência espiritual, as contribuições da espiritualidade para a Psicologia bem como os novos paradigmas acerca de como podemos ver o ser humano e de como podemos dar um significado para a vida, através de uma nova cosmovisão, são de alta relevância para nossa vida humana e para os estudos que marcam a formação do profissional em Psicologia, abrindo, para nós, um ou talvez muitos universos de possibilidades diferentes de como compreender e direcionar o tratamento do psiquismo humano.
A partir daqui, fazemos questão de ressaltar a completa interferência da subjetividade que nos constitui na exposição do mais significativo nestes estudos. Sob nosso ponto vista, o investimento na interface da Psicologia com a Espiritualidade é obra ousada, haja vista o atual pouco reconhecimento da academia sobre esta temática, grandiosa, pois estamos apenas começando a enveredar por estes caminhos que muito têm por ser construídos, porém repleta de beleza, de significado e de gratificação. Acreditamos que perspectivas como as de Abraham Maslow, Viktor Frankl, Carl Jung, Stanislav Grof, dentre muitos outros autores e precursores da “quarta força”, Psicologia Transpessoal, são de imperativa promoção e desenvolvimento para que possamos, em nossa sociedade dominada pelo consumismo, pela opressão do capital e pelos ditames de um materialismo vazio, defender, promover e construir uma nova visão, onde ciência e espiritualidade caminharão de mãos dadas.
Por mais que reconheçamos no materialismo e cientificismo modernos como uma possibilidade de relacionamento com a vida, devemos ressaltar que a ciência tem como objetivo promover o alívio do sofrimento humano no plano físico, o que em parte tem obtido, ao menos historicamente, muito sucesso. Porém, somente com a promoção de valores humanos que tenham por princípio e fim as qualidades do coração podemos aliviar o sofrimento no sentido psíquico, que, para nós, entrelaça-se com sofrimento espiritual.
Estudar a espiritualidade é dar um sentido para a morte e para a vida, é aprender a morrer e a viver, é aprender a transformar e transformar-se, renascendo como um ser cada vez mais preocupado em ajudar, cuidar, curar, libertar e iluminar outros seres humanos, fazendo com que cada um tome as rédeas de sua jornada de crescimento da consciência e de desenvolvimento e realização espiritual.
Em seu “Livro Tibetano do Viver e do Morrer”, Sogyal Rinpoche (1999), dentre muitas contribuições, propõe um modo de pensar o ser humano em sua totalidade, e conseguir a realização da natureza búdica da mente é compreender o universo, a mente e sua natureza, a vida e a morte. Ele nos convoca, então, para a jornada de realização da verdadeira natureza da mente, unindo sabedoria e compaixão a serviço de todo o mundo. E pensar a partir desta perspectiva de totalidade, para nós, significa vislumbra o ser humano como biológico, psicológico, social e espiritual, como corpo e alma, finitude e infinito.
O íntimo relacionamento entre ciência e espiritualidade, como aponta o Dalai Lama em seu “O universo em um átomo”, é fundamental para a promoção do bem-estar da vida humana, e ele desafia a cada um de nós a contribuir para que os laços entre as duas sejam de cada vez maior proximidade. Fazemos nossas suas palavras quando ele escreve:
“Meu apelo é que levemos nossa espiritualidade, toda a riqueza e a simples integridade de nossos valores humanos básicos, a influenciar o curso da ciência e da direção da tecnologia da sociedade humana. Em essência, a ciência e a espiritualidade, embora diferindo em suas abordagens, têm em comum um mesmo fim, que é o aperfeiçoamento da humanidade. Na sua melhor forma, a ciência é motivada por uma busca pelo conhecimento que nos ajude a nos levar para um maior florescimento e felicidade. Na linguagem budista, este tipo de ciência pode descrita como sabedoria fundamentada na e temperada pela compaixão. Da mesma forma, a espiritualidade é uma jornada humana até os nossos recursos internos, com a finalidade de entender quem somos no sentido mais profundo e de descobrir como viver de acordo com a melhor idéia possível. Isto, também, é a união da sabedoria e compaixão.” (Dalai Lama, 2006, p.198).

Concluímos então estes passos de um longo caminho ainda por seguir com a defesa de que a Psicologia e a Espiritualidade, juntas, ainda têm muito a contribuir para a construção de uma vida humana com mais abundância, felicidade, harmonia, plenitude, realização e significado.




REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


CAPRA, Fritjof. O Tao da Física: um paralelo entre a física moderna e o misticismo oriental. São Paulo: Cultrix, 2006a.

_____________. Pertencendo ao Universo: explorações nas fronteiras da ciência e da espiritualidade. São Paulo: Cultrix, 2006b.

DALAI LAMA. O universo em um átomo: o encontro da ciência com a espiritualidade. Rio de janeiro: Ediouro, 2006.

GROF, Stanislav. Psicologia do Futuro, lições das pesquisas modernas da consciência. Niterói, RJ: Heresis, 2000.

JUNG, Carl Gustav. O Eu e o Inconsciente. Obras completas de C. G. Jung vol. VII/2. Petrópolis, Vozes, 2008.

RINPOCHE, Sogyal. O livro tibetano do viver e do morrer. São Paulo: Talento, Palas Athena, 1999.

WEIL, Pierre. Normose: a patologia da normalidade / Pierre Weil, Jean-Yves Leloup, Roberto Crema. – Campinas, SP: Verus Editora, 2003. 




LEIA A PARTE 01
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DIÁLOGO ENTRE A PSICOLOGIA E A ESPIRITUALIDADE - PARTE 02
ESPIRITUALIDADE E RELIGIÃO

Em nossa sociedade, após a Revolução Industrial, foi sendo construída uma visão de mundo secular, no sentido de haver, cada vez mais, uma dessacralização do mundo. Nesse contexto, a ciência contribuiu significativamente, apontando a possibilidade de podermos dar um sentido à vida humana para além das respostas que nos foram dadas pelos sistemas religiosos dominantes. A razão foi sendo vista como a única via para dar respostas sobre o que é a verdade, o homem e a vida.
Na contemporaneidade, entretanto, há um movimento no sentido de reencantamento do mundo, e um novo sentido para a espiritualidade foi sendo construído, separado didaticamente do conceito de religião. Usamos então diferentemente os termos, sendo religião um termo empregado para o fenômeno de uma comunidade que se organiza em torno de um conjunto de dogmas e símbolos. Espiritualidade, por seu turno, é utilizada para uma experiência de conexão com o universo para além das crenças religiosas, baseada na experiência direta com aspectos não usuais de realidade. Enquanto que na religião um coletivo se une e se organiza em torno da fé, na espiritualidade, jornada solitária, cada indivíduo busca por si mesmo o significado da existência.
Segundo Grof, o principal obstáculo do desenvolvimento da espiritualidade são as raízes da Psicologia e da Psiquiatria de época, ainda denominadas na tradição cientifica de caráter materialista. Mas Grof coloca que não existe qualquer prova cientifica de que a espiritualidade não existe, e diz que, com seus estudos holotrópicos, esta dimensão de experiência humana aparece com relevante frequência. Segundo ele:
“A psicologia transpessoal estuda e respeita com seriedade todo o espectro da experiência humana, inclusive os estados holotrópicos e todos os domínios da psique – biográfico, perinatal e transpessoal. Como resultado, ela tem uma maior sensibilidade cultural e oferece uma forma universal de compreensão da psique, aplicável a qualquer grupo humano e período histórico. Ela também honra as dimensões espirituais da existência e reconhece a profunda necessidade humana de ter experiências transcendentais. Nesse contexto, a pesquisa espiritual parece ser uma atividade humana compreensível e legítima.” (Grof, 2000, p. 211).
Neste sentido, apontamos que a ciência se constitui como uma poderosa ferramenta para nos fornecer meios de compreender e transformar o mundo em que vivemos e que a espiritualidade é uma indispensável dimensão que para nós serve como fonte de significado para a vida. É imperativo, portanto, um casamento entre as duas, e compete a cada um de nós contribuirmos para que esta via, este caminho seja legitimado enquanto possibilidade de resposta para a experiência humana.


ESTADOS HOLOTRÓPICOS DE CONSCIÊNCIA

O termo holotrópico foi cunhado por Stanislav Grof e significa uma orientação ou um direcionamento para a totalidade ou inteireza (do grego holos = totalidade/inteireza e trepein = indo em direção a algo). Ele cunhou este termo com base em seus estudos sobre estados ampliados de consciência, primeiramente tendo como método o estudo do efeito de drogas psicotrópicas que causariam ampliações de consciência e posteriormente a partir dos outros métodos desenvolvidos pelos seus estudos e de muitos outros pesquisadores, como é o caso da respiração holotrópica e da terapia holotrópica. Segundo Grof, nos estudos holotrópicos há uma profunda transformação qualitativa de consciência. Ele pontua:
“Permanecemos completamente orientados em termos de espaço e tempo e não perdemos totalmente o contato com a realidade diária. Ao mesmo tempo, nosso campo de consciência é invadido por conteúdos de outras dimensões da existência, que podem ser muito intensos e até avassaladores. Assim, experienciamos simultaneamente duas realidades muito diferentes, “temos cada um dos pés em um mundo diferente”.” (Grof, 2000, p.18).
Grof, descrevendo ainda os estudos holotrópicos de consciência, pontua que, apesar de o intelecto não ficar debilitado, ele passa a operar de um modo diferente do cotidiano, o que poderíamos sintetizar através da expressão abertura. Há transformações em todas as áreas sensoriais, no que diz respeito à percepção, há uma extensão das emoções para muito além da experiência diária e há, ainda, a possibilidade de experimentar fenômenos como sequências de morte e renascimento psicológico, bem como uma ampla gama de fenômenos transpessoais como, por exemplo, a união com outras pessoas, com a natureza, com Deus e com o Universo.
Segundo Grof, as atuais tendências em Psiquiatria e em psicologia tendem a considerar patológicos os estados ampliados de consciência. O estudo dos estados holotrópicos poderia, então, contribuir para uma revisão dos conceitos nestas áreas da ciência, bem como na forma como vemos o psiquismo. Haveria uma drástica modificação da compreensão de como percebemos as dimensões da psique humana a partir de uma nova cartografia que incluiria os níveis perinatal, pós-natal e transpessoal, o que abordaremos em um próximo momento. Com isso, teríamos de rever também a maneira como enxergamos as desordens emocionais e psicossomáticas, assim como os mecanismos terapêuticos e a amplitude de sua eficácia. As profundas modificações não parariam no que colocamos, podendo ainda atingir a maneira de como vemos o universo, a consciência e o homem, trazendo para ele estratégias da psicoterapia e da auto-exploração que vislumbrariam mobilizar a mais profunda inteligência interior do ser humano, que serviria como guia para o processo de cura e transformação.


CARTOGRAFIA DA CONSCIÊNCIA DE GROF

Antes dos estudos de Stanislav Grof, a estrutura do psiquismo foi estudada e postulada de maneiras diferentes por diversos autores. Depois dos estudos psicodélicos e das experiências com os estados holotrópicos de consciência, porém, a estrutura até então elaborada não seria suficiente para abranger a diversidade de experiências, de fenômenos e de resultados encontrados.
Foi a partir da limitação da Psicologia de sua época que Grof partiu, chamando a psique até então conhecida de domínio biográfico, que abrange, segundo ele, a biografia pós-natal e o inconsciente individual Freudiano. A ele, o estudioso adicionou o domínio perinatal e o domínio transpessoal, o primeiro relacionado ao trauma do parto biológico e às experiências do período de gestação e o último relacionado às regiões mitológicas, seres arquetípicos, experiências ancestrais, cósmicas, entre outros.
O domínio biográfico do psiquismo é constituído pelas memórias da vida desde a infância até o momento que está sendo vivenciado. Porém, Grof defende haver diferenças entre certos aspectos de dinâmica do nível biográfico e características apontadas pelos autores que utilizaram apenas a via da psicoterapia verbal.
A primeira diferença que Grof aponta é que o indivíduo não apenas relembra as experiências emocionais significativas ou as reconstroi no processo psicoterapêutico, mas sim experimenta as emoções originais, as sensações físicas e até mesmo as percepções sensoriais em uma regressão total. A segunda diferença é que, segundo Grof, temos que reviver e integrar traumas cuja natureza principal é a física, como por exemplo, as injúrias associadas à asfixia. O reviver de memórias traumáticas, que surgem espontaneamente, pode levar a amplas consequências de caráter terapêutico.
Grof descobriu que memórias traumáticas são guardadas no inconsciente na forma de complexas constelações dinâmicas, com carga emocional, às quais ele nomeou COEX (condensed experience), sistemas de experiências condensadas. Uma experiência holotrópica, “quando um sistema COEX está emergindo à consciência, ele assume uma função governadora e determina a natureza e o conteúdo de experiência.’’ (Grof, 2000, p.40). Os estudos holotrópicos, aponta ainda Grof, têm uma configuração semelhante a um ‘’radar interno’’, que vão trazendo à consciência os conteúdos com dinâmica de maior relevância e com mais disponibilidade para processamento, poupando o terapeuta da decisão, pois o material a ser trabalhado é escolhido como que automaticamente, através de uma dinâmica própria da psique.
No domínio ao qual Grof chamou de perinatal encontramos, por sua vez, experiências nas quais são misturadas as temáticas de nascimento e morte. “Elas envolvem uma sensação de terrível confinamento, ameaçando a vida, e uma desesperada e determinada luta para nos livrar e sobreviver.’’ (Grof, 2000, p.43). Estas experiências são consteladas em quatro matrizes perinatais básicas, que são dinâmicas, ricas e complexas. Grof aponta que o domínio perinatal e suas matrizes são um importante portal para o inconsciente coletivo, no sentido junguiano. Além disso, temos que a “experiência de confrontar-se com nascimento e morte parece resultar automaticamente em abertura espiritual e descoberta das dimensões místicas da psique e da existência.’’ (Grof, 2000, p.47).
O último domínio da psique na cartografia de Stanislav Grof é por ele denominado de transpessoal, que pode significar uma transcendência do nível pessoal para atingir níveis de consciência para além do pessoa. “O espectro de experiências transpessoais é riquíssimo e inclui fenômenos de vários e diferentes níveis de consciência.’’ (Grof, 2000, p.70).
Dentre as experiências transpessoais podemos citar, por exemplo, a união com a vida e toda a criação, as experiências com seres e mundos extraterrestres, as experiências de encarnações anteriores, os fenômenos espíritas e mediúnicos, a compreensão intuitiva dos símbolos universais, as experiências mitológicas e arquetípicas, dentre muitas outras. (Grof, 2000, p.71).
“A pesquisa dos estados holotrópicos revela um notável paradoxo concernente à natureza dos seres humanos. Ela mostra claramente que, de uma forma misteriosa e inexplicável, cada um de nós contém a informação sobre todo o universo e sobre toda a existência, tem o potencial de acessar e experienciar todas as suas partes e, em certo sentido, é todo o entrelaçamento cósmico, ao mesmo tempo em que somos apenas uma infinitésima parte dele, uma entidade biológica insignificante e separada. A nova cartografia reflete esse fato e retrata a psique humana individual como essencialmente compatível com todo o cosmo e com a totalidade da existência.’’ (Grof, 2000, p.80).
Podemos concluir com a observação de Grof acerca de uma doutrina básica de alguns sistemas exotéricos segundo a qual cada um de nós é um microcosmo que contém, de modo misterioso, todo o universo, como foi expresso na tábua de esmeraldas: O que está acima é como o que está abaixo. O que está fora é como o que está dentro.


NORMOSE – PATOLOGIA DA NORMALIDADE

Pierre Weil define normose como “um conjunto de normas, conceitos, valores, estereótipos, hábitos de pensar ou de agir, que são aprovados por consenso ou pela maioria em determinada sociedade e que provocam sofrimento, doença e morte.” (Weil, 2003, p. 22). Podemos dizer, então, que ao falar de normose estamos lidando com um estado patológico onde são seguidas as normas introjetadas pela sociedade mesmo que elas conduzam ao sofrimento e à enfermidade, constituindo, portanto, uma normalidade doentia.
Quando há um estabelecimento de um hábito de pensar, sentir ou agir; quando há um comportamento executado por ser aceito por consenso social; quando há nesse comportamento uma natureza patogênica ou letal e se ele tiver gênese pessoal ou coletiva, mediante processo introjetivo, temos caracterizado um comportamento normótico.
Jean-Yves Leloup pontua que a normose é capaz de gerar sofrimento, como ocorre na neurose e na psicose. “É ela que nos impede de sermos realmente nós mesmos.” (Leloup apud Weil, 2003, p. 25). Ele agrega, então, à discussão, dois novos conceitos, o de pléroma, definido como desejo do Aberto, total presença ou plenitude, e o de kénosis, medo do Aberto, total vacuidade, aniquilamento ou dissolução do ego. A existência do homem, assim, desenvolver-se-ia por meio dos desejos e dos medos, e as transformações ocorreriam quando o desejo de pléroma vence o medo de kénosis. Em nosso processo de transformação, devemos integrar os vários níveis de consciência e, a cada passagem, a cada entrada em um novo estado de consciência, encontramo-nos diante do desejo de pléroma e do medo de kénosis.
Se a resistência diante do Aberto se manifestar na forma de terror, segundo Leloup, temos caracterizada a psicose. Se ela tomar forma de ansiedade e angústia diante do Aberto, temos a neurose. Se tivermos medo diante do Aberto, temos a normose. Na normose, é necessário ser como os outros, agradar, e não há espaço para o próprio desejo, para o próprio ser. É na normose que o ter ultrapassa o ser, e a aparência torna-se imperativo, em detrimento da essência. Leloup ressalta, porém, que se não cumprirmos o que nos pede nossa formação criativa, sem acessarmos nosso próprio pensar, nosso próprio desejo, nosso próprio criar, adoecemos, pois o eu sucumbe diante do conformismo.
Leloup aprecia, então, aspectos do que ele define como chamado do Self, que podemos sentir no interior de cada um de nós. Ele pontua que “existe algo maior do que nós. Algo mais inteligente e mais amoroso do que nós” (Weil, 2003, p. 31), que seria o Self. Podemos, porém, retroceder diante da própria grandeza, da dimensão espiritual do Ser, o que é chamado complexo de Jonas. Temos o dever de nos libertar destes medos para escutar nosso desejo mais íntimo, seguir nosso caminho passando de um plano de consciência para outro, rumo à identidade do puro EU SOU, à união com o Ser que habita dentro de nós.
Podemos pontuar, finalmente, que amplas transformações no plano social poderiam ser vislumbradas com a perspectiva da cura da normose. Às instituições sociais de controle, seja de caráter religioso seja político, nos questionamos se apoiariam a promoção de um pensamento que nos torna livres de suas regras para sermos o que realmente somos. Ao plano da psicoterapia, nós arguimos como seria possível potencializar as transformações da consciência de cada um no sentido de realização destes íntimos desejos, destes chamados, promovendo a cura, que seria como um direcionamento para a plenitude, para a pura consciência do Ser. Como afirmara Jung, “somente aquilo que somos tem o poder de curar-nos” (Jung, 2008, p.43). 






DIÁLOGO ENTRE A PSICOLOGIA E A ESPIRITUALIDADE - PARTE 01



DIÁLOGO ENTRE A PSICOLOGIA E A ESPIRITUALIDADE - PARTE 01

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INTRODUÇÃO

No século XX assistimos a grandes transformações no mundo, o que repercutiu, também, no campo científico, no modo como fazemos e pensamos a ciência. Talvez a maior transformação de todas seja o desenvolvimento da Física Moderna, que já não é mais bem Física, estando além dela, num campo multidisciplinar de construção do saber. A atual concepção do que vem a ser um átomo, que, para além da partícula, também consiste em onda, campo, e, para além da matéria, também é energia, talvez seja a maior mudança de todas, uma revolução cujas consequências sequer atingiram o modo de pensar e fazer ciência de muitos pesquisadores, que escolheram permanecer utilizando modelos neo-positivistas e materialistas, unilaterais portanto, de construção do saber.

Acontece desta maneira também com a Psicologia. Seus caminhos tradicionais estão muitas vezes excessivamente ligado às manifestações comportamentais, o que é observável na dimensão do espaço, ou a questões que remetem a um passado biográfico, o que delimita uma espécie de prisão na dimensão do tempo. Caminhos que busquem pesquisar o que é a psique humana para além do espaço e para além do tempo ainda são desvalorizados pelo conhecimento tradicionalmente instituído em Psicologia, o que nos leva ao questionamento de como podemos nos fazer cientistas assumindo uma postura de pseudo-sábios detentores de um conhecimento final e acabado, verdadeiro em verdade final, dogma de fé científica inquestionável, e estar em desalinho com as mais recentes descobertas da ciência do próprio século XX. Caminhos novos abertos por pioneiros como Maslow, que deu início às Psicologias Humanistas e Transpessoais, e como Jung, que fundou a Psicologia Analítica, precisam ser melhor valorizados, principalmente no que diz respeito à abertura para o verdadeiro espírito científico, buscador, questionador, insatisfeito com os saberes estabelecidos e que apenas reforçam o status quo de nossa sociedade envenenada por sua falta de saúde mental e sanidade como um todo. Esperamos que o século XXI possa corrigir este atraso, e que possamos pensar uma nova forma de fazer e pensar Psicologia, atravessando nossos preconceitos mascarados de verdades estabelecidas, baluartes do conhecimento, marcos da estagnação que nos impedem de ter mais clareza do que vem a ser a psique humana e sua relação com todo o cosmos.

Este trabalho foi uma primeira organização de conteúdos relativos à temática da Psicologia Transpessoal e da Espiritualidade, que tive a oportunidade de organizar como trabalho final da disciplina de Psicologia e Espiritualidade, ministrada pelo professor doutor Gustavo Moura, a qual cursei no meu terceiro semestre, em 2009.1. Resolvi não fazer alterações muito significativas, com o intento de deixar aberta a possibilidade de percebermos a evolução do processo de escrita e, quiçá, da qualidade do conteúdo. Já fi publicado antes na internet, no sítio do COSMOS. Para o blog, ele foi dividido em três partes, com o intuito de facilitar a leitura. Nosso objetivo é que seja, em breve, o primeiro capítulo de um livro que pretendemos publicar.

Ao longo do texto, fazemos uma introdução ao vasto campo da Psicologia Transpessoal, sua visão de mundo e do humano, situando-a no contexto de conhecimento científico e também inserida na diversidade das ideias psicológicas. Abordamos a temática da espiritualidade, um assunto fundamental para a compreensão do que é Transpessoal, diferenciando espiritualidade das tradições religiosas instituídas. Trazemos para a discussão a compreensão importantíssima de Stanislav Grof sobre a consciência holotrópica, voltada para a totalidade. Também abordaremos a patologia social coletiva de estagnação e adaptação doentia a valores que nos fazem menores do que realmente somos, a Normose, temática abordada por Pierre Weil e seus colaboradores da UNIPAZ. Concluiremos com a esperança da Emergência Espiritual, de um novo paradigma de Ser Humano e de uma nova perspectiva de sociedade, que possa ser transformadora de nossas relações, de nossa forma de interagirmos com todo o universo e com a vida.


VISÃO DE MUNDO DA PSICOLOGIA TRANSPESSOAL

O século XX, além de ter sido o palco de inúmeras batalhas militares, políticas e ideológicas, foi também o cenário onde diversos avanços, do ponto de vista das consequências das descobertas científicas, podem ser apontados. O mundo, no modo como foi compreendido pelos nossos antepassados, sofreu significativas modificações com o desenvolvimento da Física Moderna.

Nossa visão de mundo, antes baseada nos paradigmas de mecânica newtoniana, a qual chamamos Física Clássica, foi radicalmente transformada. De acordo com a teoria da relatividade, desenvolvida por Albert Einstein, o espaço passou a ser visto como não tridimensional e o tempo não mais constituiria uma entidade isolada. Ambos estariam vinculados como um continuum quadrimensional. A partir daí, todas as medições que envolvem noções de tempo e espaço perderiam seu caráter absoluto.

As descobertas da Física Moderna, no entanto, segundo Fritjof Capra (2006a), não seriam de natureza absolutamente inovadora, haja vista que muitos paralelos poderiam ser apontados com as tradicionais escolas de pensamento oriental, como por exemplo, o Budismo, o Hinduísmo e o Taoísmo, baseadas em suas práticas de caráter místico. “Tudo indica, então, que os místicos orientais e os físicos ocidentais passaram por experiências revolucionarias semelhantes.’’ (Capra, 2006a, p.47e48). As consequências deste modo novo de experimentar o universo, como um todo dinâmico e inseparável onde são relativizados os conceitos tradicionais de espaço, tempo, causa e efeito, poderiam ser profundas e incalculáveis.

Na empreitada de compreender os mistérios da vida, os seres humanos seguiram múltiplos caminhos diferentes e, ao que tudo indica, de alguma forma os caminhos da Física moderna e do misticismo oriental vêm sendo aproximados. Parece “que as teorias e modelos principais da Física moderna levam-nos a uma visão do mundo que é internamente consistente e está em perfeita harmonia com as concepções do misticismo oriental.’’ (Capra, 2006a, p.226).

A ciência não necessariamente precisa do misticismo, assim como o misticismo não precisa de ciência. Porém, se os conhecimentos científicos avançam com o objetivo de tornar a vida cada vez mais possível de ser realizada das melhores maneiras e se o misticismo propõe caminhos para a apreensão de um sentido mais profundo da vida, então o ser humano precisa de ambas as vias, e uma corroboração tem sido mais que provável ou possível, mas sim tem sido apontada e defendida como uma possibilidade válida. Segundo Capra,

“A nova física é uma parte integrante da nova visão de mundo que agora está emergindo em todas as ciências e na sociedade. Esta nova visão é ecológica e baseia-se, fundamentalmente, na consciência espiritual. Por conseguinte, não causa surpresa o fato de o paradigma, à medida que emerge na física e nas outras ciências, estar em harmonia com muitas das idéias das tradições espirituais.’’ (Capra, 2006a, p.242).

Compete, então, para os novos estudiosos tanto da consciência quanto da espiritualidade, conhecer mais profundamente o novo paradigma para que, contribuindo com sua fundamentação, seja possível, enfim, colaborar com as transformações no modo como vemos o mundo.


VISÃO DE HOMEM DA PSICOLOGIA TRANSPESSOAL

Para tratar acerca da visão de homem intrínseca na perspectiva do novo paradigma, tomamos as perspectivas de David Bohm abordadas por Fritjof Capra (2006a) em seu “O Tao da Física”. David Bohm foi muito longe estudando cientificamente as relações possíveis entre consciência e matéria. Nosso mundo tridimensional, de sujeitos e objetos, tempo e espaço, segundo Bohm, apresentaria uma ordem explícita. No universo, porém, pano de fundo onde se desenvolve nossa experiência, deve haver uma ordem implícita, uma harmonia sutil e potencialmente infinita. Ele cunhou o conceito de holomovimento, um fenômeno dinâmico de onde procedem todas as formas de universo material. O objetivo de sua abordagem seria estudar esta ordem implícita neste holomovimento, ocupando-se não só estruturalmente dos objetos, mas também com a estrutura do movimento, levando em consideração a unidade e a natureza dinâmica do universo.

Em seu “O Livro Tibetano do Viver e do Morrer” (1999), Sogyal Rinpoche trás também contribuições para a apreensão das ideias de Bohm, segundo as quais a mente e o universo teriam estruturas semelhantes. Paralelamente à noção de ordem implícita e explícita, Bohm também imaginou o relacionamento entre mente e matéria por meio da noção de soma-significado, onde o que é físico e o seu significado, que é mental, não poderiam ser separados, constituindo dois aspectos da mesma realidade. “Para David Bohm, o universo manifesta três aspectos mutuamente implicados: matéria, energia e significado”. (Rinpoche, 1999, p.440)

Capra vai unir as perspectivas de Bohm com outras contribuições como a teoria do bootstrap de Geoffrey Chew, que consistiria, grosso modo, em perceber na estrutura interna dos quarks (partículas subatômicas) uma ordem no estado de interligação dos processos subatômicos, ou seja, é como se houvesse uma ordem subatômica que torna as partículas ligadas de uma determinada maneira e não de outra. Bohm e Chew, portanto, teriam elaborado contribuições nas quais estaria implícita uma noção de ordem, e poderiam reconhecer que a consciência seria um aspecto essencial do universo. Capra diz que uma futura teoria dos fenômenos físicos deveria perceber o universo desta forma. “Essa futura teoria poderá muito bem surgir da fusão das teorias de Bohm e Chew, que representam dois dos mais imaginativos e filosoficamente profundos acessos à realidade física.” (Capra, 2006a, p.239).

Na concepção de homem elaborada por este novo paradigma teríamos uma ampla gama de consequências sociais. Em seu livro “Pertencendo ao Universo”, Capra (2006b) comenta que as ciências de relevância social, como a Medicina, a Psicologia, a Pedagogia, a Economia, têm por desafio resolver graves problemas da sociedade, e, para ele, “somente um tipo de ciência baseado no novo paradigma será capaz de resolvê-los”. (Capra, 2006b, p.149). Fritjof Capra traz, então, a discussão de uma espiritualidade com responsabilidade social, onde ele diz que a espiritualidade tem de fluir para dentro de nossas vidas cotidianas. Com uma base de sustentação na espiritualidade, a Medicina talvez pudesse encarar a saúde como uma totalidade de mente e de corpo, a Economia pensaria na sociedade inextricavelmente ligada à sustentabilidade ecológica, a Psicologia teria sua atuação pautada em novas práticas, consoante uma visão mais ampla do humano, e a Pedagogia pautaria sua educação em novos valores. Apontamos Capra como citação quando ele diz:

“A mudança de visão de mundo que está ocorrendo atualmente terá de incluir uma profunda mudança de valores; na verdade, uma completa mudança de sentimentos – da intenção de dominar e de controlar a natureza para uma atitude de cooperação e de não violência. Essa atitude é profundamente ecológica, e não surpreende que seja o comportamento característico das tradições espiritualistas. Os sábios chineses de antigamente expressavam-na maravilhosamente: “Aqueles que seguem a ordem natural fluem na corrente do Tao”.” (Capra, 2006a, p.248).


quarta-feira, 25 de julho de 2012

Sobre o Blog e o Autor

Sobre o blog Templo Interior



Templo Interior é o Templo do SER! Templo Interior é o espaço da CRIATIVIDADE! Templo Interior é o laboratório da MUDANÇA! Templo Interior é o lugar da TRANSFORMAÇÃO! Templo Interior é o espaço da INTEGRAÇÃO e da UNIÃO do corpo e do espírito, do DESPERTAR da TOTALIDADE! Templo Interior é o espaço da conexão profunda, da sintonia vibracional com o Ser Verdadeiro, é o laboratório da PLENITUDE de VIDA! Templo Interior é o lugar metafórico imaginal da REALIZAÇÃO!



Templo Interior é o símbolo de um trabalho interior, devocional e espiritual, o qual não possui um templo físico como locus de experiência e atuação, sendo realizado na instância íntima de si mesmo, em nossa consciência, de onde vem toda a inspiração para a arte de elaborar em palavras e imagens o que somos em nossa dimensão mais profunda. Templo Interior também remete a inúmeras experiências pessoais em busca de si mesmo, da espiritualidade e do autoconhecimento, nas quais muitas vezes o símbolo sagrado do templo aparece nunca como um lugar físico, sempre como a morada do Verdadeiro Ser, Aquele que habita dentro de nós mesmos, ao mesmo tempo nos transcendendo, e que, ao longo da existência, buscamos encontrar e expressar em nossas vidas.


Nosso blog tem como objetivo principal a discussão entre Psicologia e espiritualidade. Algumas temáticas que poderão ser encontradas neste blog são: a Psicologia Transpessoal, a Tanatologia, a Psicologia Analítica, as Terapias Holísticas, a Espiritualidade e a Religião, todos servindo para facilitar nossa compreensão deste campo em que espiritualidade e ciência se encontram, numa proposta renovada de compreensão e de transformação humana.


A relação entre ciência, principalmente Psicologia, e espiritualidade, passando desde as terapêuticas de cuidado integral do Ser até as mais diversas possibilidades de expressão religiosa, tem sido objeto de interesse desde muito tempo, mas sistematicamente desde meu ingresso na faculdade de Psicologia na Universidade Federal do Ceará, UFC, em 2009, e principalmente, a partir de minhas experiências com o núcleo de ensino, pesquisa e extensão COSMOS, o Centro de Orientação Sobre a Morte e O Ser, núcleo de Psicologia da UFC que tem como áreas de interesse a Tanatologia e a Espiritualidade em relação com a Psicologia, o que aconteceu em 2010.  


Temos em mente que a discussão da Psicologia e espiritualidade é um assunto fundamental para a discussão em Psicologia e em ciências humanas, haja vista que se trata de um tema pouco priorizado na academia tradicional, embora seja uma possibilidade muito rica de conhecer mais profundamente o ser humano e sua relação com o mundo, a partir de um paradigma de totalidade. Defendemos que a aproximação entre Psicologia e espiritualidade é um rico caminho para a construção do saber psicológico, haja vista que pode promover o nosso despertar para o engajamento cuja meta é a diminuição do sofrimento humano e a experiência de uma vida mais rica de plenitude, harmonia, realização e amor.


Desejamos que a atual temática da Psicologia e espiritualidade seja compreendida como um caminho possível de estudo e de atuação junto ao ser humano, e respeitamos a importância de todos os outros caminhos, quer científicos, quer espirituais, que nossos pares tenham escolhido, consistindo nosso trabalho não em uma crítica, mas em uma afirmação dos caminhos humanos. Não fazemos, portanto, uma crítica da religião, mas buscamos trazer à luz a compreensão de quando e como o relacionamento com a dimensão espiritual pode nos tornar mais humanos, mais humanizados. Fazemos uma crítica ao modelo materialista de ciência, que relega a importância da espiritualidade para a compreensão do ser humano, e defendemos ser a espiritualidade a dimensão que nos traz a visão de um ser humano sem segmentações, de um ser humano holístico, total, finitude e infinito, corporal e espiritual. Acreditamos nos modelos de ciência que buscam ver o humano em sua integralidade, resgatando o sentido de ciência como uma busca dos caminhos de conhecimento sobre o humano, sobre a vida e sobre o universo.




Sobre Pedro Possidonio


Sou estudante de graduação em Psicologia da Universidade Federal do Ceará, UFC, cursando o último ano em 2013. Estou engajado na pesquisa em Psicologia e Realização Humana, Espiritualidade, Tanatologia, dentre outros, sendo meu principal interesse a partir do ano de 2010. Membro do Centro de Orientação sobre a Morte e O Ser, COSMOS, desde sua fundação em 2010 até 2013.


Meus principais interesses acadêmicos são em Psicologia Transpessoal, Psicologia Analítica e Tanatologia. Possuo experiência de iniciação à docência em Psicologia Transpessoal e Espiritualidade, e também em Subjetividade IV, disciplina que tratava das abordagens Psicologia Genética, de Piaget, e Psicologia Histórico-Cultural, de Vygotsky, fundamentais para a compreensão do desenvolvimento humano.


Apresento experiência, desde 2010, ministrando minicursos e grupos de estudos, em iniciativa própria ou em parcerias com amigos. Alguns dos grupos de estudos ministrados foram em Psicologia Transpessoal, Psicologia Analítica, Religiosidade, Espiritualidade, Tanatologia, Realização Humana, dentre temas afins. Apresento experiência de extensão em Tanatologia, cuidando de pacientes idosos e de pacientes com câncer sob cuidados paliativos. Trabalhei como voluntário em projeto de acompanhamento a pessoas vivendo com HIV e AIDS. Trabalhei também como estagiário do Hospital Infantil Albert Sabin, no setor de Psico-oncologia Pediátrica. Estou trabalhando na Clínica de Psicologia da UFC, numa abordagem junguiana.


Sou Terapeuta Holístico, cujo foco é o cuidado integral do Ser, através, princialmente, da ampliação da consciência e do trabalho com a dimensão energética e espiritual, o que pode ser realizado tendo tanto a imaginação como o corpo como base. As temáticas que me interessam também poderão ser encontradas neste blog. Fiz formações em Renascimento, a terapia da Respiração Consciente; em Reiki Taoista, o trabalho de cura com as mãos através da canalização da energia universal; estou me formando em Massagem Chinesa, que consiste em massagear as vias de energia promovendo equilíbrio e saúde; tenho formação ainda em Hipnose, técnica simples e rápida visando vivências de ampliação da consciência porém com profundos efeitos de cura e transformação no ser humano total; e em TRE, a Terapia Regressiva Evolutiva, ou Terapia do Mentor Espiritual, técnica terapêutica desenvolvida por Osvaldo Shimoda, cujo foco é estabelecer o contato do paciente com seus mestres e guias espirituais visando a cura para sofrimentos e sintomas e orientações para seus caminhos profissionais, espirituais e  relacionais. 

Sou apaixonado por Psicologia e Realização Humana, e meus projetos de futuro são continuar estudando e trabalhando nesta área. Estou  trabalhando como terapeuta holístico em espaços diversos de Fortaleza. Pretendo, além de atender às pessoas, ministrar palestras, cursos, grupos de estudos, grupos vivenciais, e também produzir livros sobre a temática. Desejo ainda fazer formações em Mandalas, Coaching, Programação Neuro-Linguística, dentre outros, para trazer mais ferramentas para meu desenvolvimento e trabalho. Para mim, trabalhar é serviço devocional, onde sirvo às pessoas e ao Verdadeiro Ser, cumprindo minha missão sobre a Terra de evoluir, aprender a amar, aprender a Ser, servir aos propósitos mais elevados do Verdadeiro Ser, da Consciência mais elevada, da Realização Humana!  





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