quinta-feira, 19 de setembro de 2013

A nossa própria luz



Esta semana uma cliente me presenteou com este texto, parte do famoso discurso de Nelson Mandela ao assumir a presidência da Africa do Sul:



Não é o estar confrontados com a nossa mediocridade ou as nossas insuficiências que mais tememos

Pelo contrário, nosso temor mais profundo é medir toda a extensão do nosso poder.

É nossa luz o que nos dá medo, e não nossa escuridão.

Nos perguntamos:
Quem sou eu para mostrar-me tão hábil, tão cheio de talento e tão brilhante?E quem seríamos pois para nos mostrar-nos assim? 

Somos filhos de Deus.

Não servimos ao mundo fazendo-nos menores do que somos.

Não há nenhum mérito em diminuir-se a si mesmo para que os outros se sintam seguros.

Estamos aqui para brilhar com todo o nosso esplendor, como fazem as crianças.

Temos nascido para manifestar a pleno dia a glória de Deus que está em nós.

E esta glória não reside unicamente em alguns de nós, mas em todos e em cada um.

Quando deixamos que nossa própria luz resplandeça, sem saber, damos permissão aos demais para fazerem o mesmo.

Quando nos libertamos de nosso próprio medo, nossa presença libera automaticamente os demais.




A propósito: amo mesmo o meu trabalho! Somente como terapeuta eu poderia crescer, aprender, prosperar e viver momentos como este, no qual sou presenteado pela vida com este texto, através de alguém a quem estava servindo. Imediatamente pensei que deveria repassar para as pessoas, escrever sobre ele, com as reflexões desta semana.

Às vezes, nós nos apegamos à nossa zona de conforto. Preferimos o prazer daquele velho lugar conhecido, aquela velha caixinha ou bolha na qual vivemos. Não arriscamos viver o que a Vida poderia nos mostrar, e deixamos de lado o mais importante de nossa jornada: o aprendizado. Lições que, a cada dia, nos levariam passo a passo em nossos caminhos de realização.

Nos apegamos muitas vezes a nossos erros. Nosso ego adora a posição de vítima, de injustiçado, de coitadinhos oprimidos pela vida, pelos pressupostos gigantes e poderosos, pelos pais e por quem quer que mais seja. Adoramos também colocar no passado a raiz de nossa escolha em permanecer na mediocridade. Ou quem sabe um diagnóstico? "É porque eu tenho a doença tal", e aí eu deixo de ser uma pessoa e passo a ser a doença. Assim escolhemos ser o pior de nós. Nos apegamos, muitas e muitas vezes, às nossas emoções, mas nós não somos as nossas emoções. Não somos nenhuma destas identificações. Você não é seu corpo, você não é seu nome, você é a consciência infinita que observa e experiencia tudo isto.

Uma amiga me disse esta semana que temia perder o namorado. Ela me explicou que todo o seu dia era um dia medíocre, na qual ela ia sobrevivendo, automaticamente, e não vivendo, e, somente quando em contato com ele, ela tinha vida. Eu disse que ela podia se preparar, pois ia mesmo perdê-lo. O pior de tudo: já havia perdido a si mesma. E se, eu lhe sugeri, você escolhesse fazer do seu dia uma obra de arte, uma obra de amor? Em vez de viver sempre na lama e esperar que o outro lhe traga as flores do dia, você se dá cada vez mais flores, você faz do seu dia um dia de excelência, e quando o outro chegasse, você apenas compartilharia essas flores com ele... imagine como seria relacionar-se assim, a partir da sua totalidade e não da falta, a partir de sua inteireza. Podemos, sim, viver uma vida mais inteiros!

Eu disse a ela que fizesse durante todo o seu dia pequenos rituais nos quais ela iria cuidar de si, dar-se amor, presentear-se com momentos de qualidade de vida! Ela falou que faria isso, pois adora dançar e colocaria uma música boa e especial para si mesma. Muito bem, eu disse, e além da música existem muitos outros recursos como pintar, desenhar, escrever, ler o que te agrada, praticar esportes, contemplar a natureza, meditar, viver uma prática espiritual ou uma terapia. O importante é aprendermos a cuidar melhor de nós mesmos, aprendermos a dar amor para nós mesmos até que este amor transborde para nossos relacionamentos, para nosso trabalho, para nossa família, para nossa grande viagem que é a vida. 

Podemos escolher ser, cada vez mais a luz do mundo. Não que não tenhamos sombra. Não que não exista a sombra. Com luz quero apenas referir que nós podemos escolher ser, cada vez mais, a nossa essência sábia e  amorosa, que está para além das fronteiras do ego, das nossas identificações, do nossa história pessoal, mas trata-se de uma presença amorosa, inteira, aqui e agora que irradia em nós. Se você ainda não encontrou esta dimensão em você, saiba que ela existe, e seria muito interessante dedicar a vida a procurá-la. Os sábios do passado diziam que o Buda vive em nós. Nós somos a consciência infinita, onde  tudo está contido. Esta consciência é Buda, é Cristo, é Krishna, é cada um dos Mestres Ascensionados da humanidade, faróis do Amor Infinito a iluminar nossas vidas. Buda dizia que já somos Buda, apenas ele se lembra disso e nos estamos esquecidos, como que presos nas teias de um sonho. Então, desperte!

São Paulo também dizia: Já não sou eu que vivo, mas o Cristo é quem vive em mim! Acredito que com isso ele fazia referência a esta mesma essência amorosa, o Verdadeiro Ser em nós. Termino então com este convite: que o Amor infinito possa se realizar cada vez mais em nossas vidas!


Sejamos amor!


5 comentários:

  1. Que alegria poder ler um texto tão inteiro e sábio diante de uma realidade que vivenciamos a cada dia, com os nossos erros e acertos mas, dentro de um propósito de crescimento, numa busca que nos leva aos encontros como esse, direcionado pelo dedo de Deus, que é todo amor.
    Grata por me dar a oportunidade em participar do Grupo de Terapeutas de Fortaleza.
    A serviço da Luz, Sou

    Mariangela

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  2. Devemos resgatar o nosso olhar puro e de esplendor para o mundo. Podemos ficar cegos, mesmo enxergando, alertou Saramago. Mas, como no livro Ensaio sobre a Cegueira, não é uma cegueira temporária. Sempre há cura. Devemos plantar flores a cada passo.

    Pode ser um passo seguro ou inseguro, convicto ou vacilante, desde que seja consciente. Olhar o mundo com o olho de testemunha da criação, como o fazem as crianças. Que a cada passo nosso surjam flores de lótus, como surgiam no caminhar do menino Buda.

    Que os méritos de nossa prática se estendam a todos os serem e que todos possamos nos tornar o Caminho Iluminado.

    Gratidão pelo texto, Pedro. _/\_

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  3. Excelente reflexão.

    Um dos melhores momentos do texto para mim é: "você é a consciência infinita que observa e experiencia tudo isto"

    Como dizemos no Kundalini Yoga - Wahe Guru! (Luz Além das Palavras!)

    _/\_

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  4. Gostaria de expressar minha gratidão aos companheiros de jornada!! Que a luz do Ser infinito nos conduza sempre!!

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